Tiago Correia
da Silva[1]
RESUMO
A devoção e culto ao
profeta Elias tem origem na Sagrada Escritura e ganha força na tradição
hebraica, esta que influenciaria o Cristianismo nascente fazendo que o profeta
fosse lembrado nas Escrituras cristãs e ganhasse muitas interpretações juntos
aos primeiros Padres da Igreja. No Islamismo no qual a revelação é intimamente
ligada ao Judaísmo e ao Cristianismo o profeta Elias novamente apareceria nesta
tradição. Porém, se este profeta é cultuado pelas três religiões monoteístas,
devido à proibição de representações no Judaísmo e islamismo, a representação iconográfica
de Elias ficaria a cargo do Cristianismo, no qual encontramos registros desde
os primeiros séculos da Igreja seja no Ocidente ou no Oriente, e abrange os
vários fatos da vida do profeta bem como a devoção característica das Igrejas
em suas respectivas tradições.
Palavras
chaves: Profeta Elias, Iconografia, Tradição Eliana.
THE TRADITION AND THE ICONOGRAPHY OF THE PROPHET
ELIJAH, IN EAST AND WEST LATE-ANTIQUE AND MEDIEVAL.
ABSTRACT
The
devotion and worship to Prophet Elijah have their origin in the Holy Scripture
and they gain reinforcement in the Hebrew tradition, which influenced the early
Christianity becoming the Prophet remembered in the Christian Scriptures and
obtained many interpretations by the first Fathers of the Church. In the Islam,
in which the revelation is deeply linked to Judaism and Christianity, the
Prophet Elijah would appear again in this tradition. However, if this Prophet
is worshiped by the three monotheist religions, due the prohibitions of
representations in Judaism and Islam, the iconography representation of Elijah
would be in charge of the Christianity, in which we find records since the
first centuries of the Church in the Occident or Orient, and it covers many
facts of Elijah’s life, like the peculiar devotion of the Churches in their
respective traditions.
Keywords:
Prophet Elijah, Iconography, Elijah Traditio
1.
INTRODUÇÃO:
O
Profeta Elias é um dos personagens bíblicos que sempre encontrou devoção tanto
entre judeus, cristãos ou muçulmanos. Algo motivado por sua enigmática história
que nos é apresentada nos 1º e 2º Livros dos Reis, em outros textos do Antigo
Testamento, na literatura judaica ou nas abundantes referências nos escritos
cristãos (como os Evangelhos) ou nas cartas aos Romanos e de Tiago e mesmo em
muitos escritos pós-bíblicos. Elias ainda fulgura entre os profetas corânicos e
encontra lugar na tradição do Islã. Porém, se o Profeta Elias aparece na
literatura sagrada do Judaísmo e do Islamismo, devido à proibição de
representações humanas em ambas as religiões sua imagem pictórica seria
restrita em algumas figuras ilustrativas nas obras literárias a ele referentes,
entretanto a representação iconográfica de Elias tendo por objetivo o culto,
ficaria a cargo do Cristianismo. Esta aparece já nos primeiros séculos e se
estende pela história da Igreja seja no Oriente ou no Ocidente. Tendo esse
artigo o objetivo de tratar das representações de Elias e de modo particular
sua iconografia, partiremos primeiramente da figura eliana que nos é dada na
literatura sagrada e posteriormente mostraremos como o profeta foi
caracterizado iconograficamente.
2. O PROFETA ELIAS NAS ESCRITURAS E
TRADIÇÃO HEBRAICA:
A
enigmática figura de Elias aparece pela primeira vez nas Escrituras no 1º e 2º
Livro dos Reis[2],
entre a narração do mal sucedido governo de Acab (874-853 a.C.), que fora Rei
de Israel, ao qual é atribuída a danação bíblica comum aos maus governantes “fez o mal diante dos olhos do Senhor” (Cf. 1º
Reis 16, 30). Porém, certamente antes de ser redigida a sua história nos Livros
dos Reis no período do exílio, a muito permanecia na tradição oral do povo de
Israel, a figura heroica do profeta[3] que ganhou força nos
difíceis tempos da Babilônia, e assim foi copiada nos Livros Sagrados.
Encontramos então, entre os capítulos 17 e 19 do 1º Livro dos Reis, o ciclo de Elias, no qual as narrativas "são desenvolvidas como uma história continua com uma estrutura e alguns temas que dão unidade literária a essas histórias" (CHALMERS, 2008, p.15) Segundo Joseph Chalmers, os elementos unificadores do texto são a permanente atuação religiosa do Profeta na defesa do javismo contra o baalismo, fator que sempre ocasiona sua perseguição. Isto fica evidente no passar desses capítulos, nos quais estão alguns dos principais fatos da vida do Profeta, tais como: sua fuga para a torrente do Carit onde seria alimentado pelos corvos; seu refugio na casa da viúva; seu embate com o Rei Acab, que tem seu ápice na disputa do Monte Carmelo, no qual o Profeta retira a vida dos profetas de Baal; temos então Elias sendo alimentado pelo Anjo e seu encontro com Deus no Monte Horeb.
Embora, segundo a análise proposta por Joseph Chalmers tenhamos encerrado o ciclo de Elias, encontramos em 1º Reis 21, 1-18 uma história avulsa, na qual o profeta Elias aparece mais uma vez confrontando-se com Acab, desta vez seu confronto não é propriamente religioso, mas se concentra na defesa da justiça. Elias denuncia a ilegalidade feita pelo Rei Acab ao tomar a Vinha de Nabot retirando-lhe a vida e profetiza um triste fim pelo mal cometido, então o rei se arrepende momentaneamente.
Encontramos então, entre os capítulos 17 e 19 do 1º Livro dos Reis, o ciclo de Elias, no qual as narrativas "são desenvolvidas como uma história continua com uma estrutura e alguns temas que dão unidade literária a essas histórias" (CHALMERS, 2008, p.15) Segundo Joseph Chalmers, os elementos unificadores do texto são a permanente atuação religiosa do Profeta na defesa do javismo contra o baalismo, fator que sempre ocasiona sua perseguição. Isto fica evidente no passar desses capítulos, nos quais estão alguns dos principais fatos da vida do Profeta, tais como: sua fuga para a torrente do Carit onde seria alimentado pelos corvos; seu refugio na casa da viúva; seu embate com o Rei Acab, que tem seu ápice na disputa do Monte Carmelo, no qual o Profeta retira a vida dos profetas de Baal; temos então Elias sendo alimentado pelo Anjo e seu encontro com Deus no Monte Horeb.
Embora, segundo a análise proposta por Joseph Chalmers tenhamos encerrado o ciclo de Elias, encontramos em 1º Reis 21, 1-18 uma história avulsa, na qual o profeta Elias aparece mais uma vez confrontando-se com Acab, desta vez seu confronto não é propriamente religioso, mas se concentra na defesa da justiça. Elias denuncia a ilegalidade feita pelo Rei Acab ao tomar a Vinha de Nabot retirando-lhe a vida e profetiza um triste fim pelo mal cometido, então o rei se arrepende momentaneamente.
No
início do 2º Livro dos Reis temos duas narrações sobre o profeta Elias. A
primeira em 2º Reis 1, 1-8 refere-se ao embate de Elias com o rei Acazias,
sucessor de Acab, que gravemente ferido deseja consultar a divindade pagã de
Baal-Zebul. Elias o impede pedindo a Deus que por duas vezes mande fogo sobre
seus oficiais e homens e por fim o profeta anuncia a morte do rei Acazias.
A segunda narrativa está em 2º Reis 2, 1-18 e nos
mostra a chefia de Elias sobre os filhos dos profetas. Logo no início do texto,
temos o diálogo entre os filhos dos profetas e Eliseu, que anunciam já saber o
que ia acontecer com Elias, pois repetem: “Sabes que o Senhor hoje vai
arrebatar o teu amo pelos ares, por cima de tua cabeça? Respondeu ele (Eliseu)
“Já sei, calai-vos” (2º Reis 2,3; 2,5). Continuando o caminho, Elias com seu
manto abre as águas do Jordão para a travessá-lo a pé enxuto e por fim temos o
miraculoso fato do arrebentamento do Profeta: “E aconteceu que, enquanto
prosseguiam o caminho a conversar, um carro de fogo e cavalos de fogo os
separaram um do outro; e Elias subiu ao céu em meio a tempestade” (2º Reis 2,
11). Eliseu fica com o manto do profeta e duas vezes seu espirito, como havia
pedido, e assim passa a realizar grandes prodígios como fizera seu mestre.
No
Antigo Testamento também fazem referências ao profeta Elias os textos de 2º
Crônicas 21, 12-15; 1º Macabeus 2, 58. Nos textos de Sirácida e Miquéias, além
da memória de Elias, e acrescentado a seguinte profecia: “tu que fostes
designado nas censuras para os tempos que há de vir, para aplacar a cólera
antes que ela desencadeie, reconduzir os corações do pai para o filho” (Cf.
Sirácida 48, 10)[4].
Profecia esta que se difundiria por meio da tradição de Israel.
O
Profeta Elias voltaria a ser lembrado na literatura apocalíptica, gênero
literário judaico[5]
frequente entre 200 a.C. e 100 d.C.; D. S. Russel cita a influência de Elias
nestes escritos:
Com o passar do tempo
surgiu a crença de que o próprio Elias retornaria à terra como visitante
celeste a anunciar o messias. Uma passagem às vezes citada em apoio é 1 Henoc
90,31, onde se diz que Elias, juntamente com Enoc, desce do céu para preparar o
julgamento do messias” (RUSSEL, 1997, p. 156-157)
Na
literatura judaica dos séculos II a VII que é caracterizada por obras como o
Mishnah[6] e o Talmud[7] seriam feitas referências
ao profeta no que concerne ao comentário dos textos onde ele aparece nas
Escrituras, nestes textos Elias seria caracterizado como o personagem bíblico,
inflexível na luta pela verdade e causa de Javé, no entanto mesmo nestes
escritos já aparecem histórias sobre aparições do profeta. Na literatura
pós-talmudica, ou seja, a Midrash[8] Elias seria apresentado
gentil e bondoso ao povo judeu, a crença da não morte de Elias possibilita a
este uma série de aparições aos judeus piedosos. Ausubel assim resume as
histórias atribuídas a Elias:
O profeta Elias
inspirou mais histórias que qualquer outro herói da bíblia. Em todas essas
histórias, por mais ingênuas que possam parecer, sua personalidade é retratada
de forma altamente individualizada – em parte humana, em parte divina. Sua
maior missão de acordo com essas lendas, é aconselhar e proteger o homem nos
momentos difíceis. Em suma ele é uma espécie de amigo invisível. (AUSUBEL,
1989, p. 273)
No
período do chamado misticismo gueônico que se estende dos séculos VIII ao XI
são sustentados muitos pontos da tradição apocalíptica, sendo inclusive
atribuído um apocalipse ao profeta Elias (Cf. SCHOLEM, 1989, p. 28). No século
XII a Cabala, que podemos muito sumariamente resumir como mística judaica seria
atribuída à revelação de Elias (SELTZER, 1989, p.427), o profeta apareceria
citado na Zohar[9]
para explicar os mistérios de Deus (SELTZER, 1989, p.434).
Na
piedade judaica encontramos devoções próprias ao profeta. Na Ceia de Páscoa
um copo de vinho é colocado sobre a mesa, e a porta é deixada aberta para
permitir que o profeta Elias,
entre e beba. Em cada cerimônia de circuncisão[10] um assento está marcada
para Elias, este é muitas vezes esculpido e ornado
com bordados, e em determinado momento da oração referem-se a ela: “Esta é a
cadeira de Elias, bendita seja sua memória”. Elias é ainda identificado com o
Anjo da Guarda da criança judia, sendo a ele atribuído um amuleto que é
colocado sobre seus berços[11].
Assim verificamos como
Elias nunca foi esquecido na tradição hebraica, pois múltiplas são suas referências
na literatura e na piedade desde povo.
3. PROFETA ELIAS NAS ESCRITURAS E
TRADIÇÃO CRISTÃ:
Segundo
a teologia cristã todo o Antigo Testamento, ou seja, a Bíblia Hebraica apontam
para o messias, o Cristo Jesus. Desta forma, a figura de Elias que já tivera
sua memória atualizada pela literatura intertestamentária, será lembrada pelos
quatro evangelistas, por seu caráter messiânico.
Primeiro
temos a identificação de Profeta Elias com São João Batista, esta nos é dada de
modo claro no discurso de Jesus sobre João Batista narrado por Mateus: “Se
quiserdes compreender-me, ele (João Batista) é Elias que deve voltar” (Mateus
11, 14), e também se encontra na descrição do precursor de Cristo feita pelo
anjo a Zacarias e narrada por Lucas: “Ele reconduzirá muitos dos filhos de
Israel ao Senhor Deus; e ele mesmo caminhará a sua frente, sob os olhos de
Deus, com o espírito de Elias, para reconduzir o coração dos pais aos filhos”
(Lucas 1, 16-17). Porém no Evangelho de João, ao ser interrogado pelos
sacerdotes e levitas, o Batista afirma não ser Elias (João 1, 21).
De
forma implícita nos Evangelhos muitos elementos unem Elias a João Batista, suas vestes (2 Reis 1,7; Mateus 3,4); sua
vida no deserto ( 1 Reis 19,8; Lucas 1, 80); seu confronto com as autoridades
reais (1 Reis 17,1; Lucas 3, 19). Assim sendo, desde os Padres da Igreja se
estendem as discussões sobre se a profecia relativa a Elias teria ou não sido
comprida em João Batista.
Através
das celebres indagações de Jesus aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu
sou?” podemos relacionar a figura de Elias a Jesus. Pois, em ambos os
evangelhos entre as respostas encontradas por Jesus, Cristo é identificado com
Elias (Mateus 16, 13-14; Marcos 8, 27-28; Lucas 9, 18-19;); Os Evangelistas
narram ainda Herodes perguntando pela identidade de Jesus e nas respostas que
recebe Cristo novamente seria identificado com Elias (Marcos 6, 14-15; Lucas 9,
7-8).
Depois
da sua mal sucedida pregação de Jesus na Sinagoga de Nazaré, ele refere-se a
Elias: “É verdade o que vos digo: havia muitas viúvas em Israel nos dias de
Elias, quando o céu ficou fechado três anos e seis meses e sobreveio uma grande
fome sobre a terra toda; no entanto, não foi a nenhuma delas que foi enviado
Elias, mas sim, a uma viúva de Serepta em Sídon” (Lucas 4, 25-26).
Os
Evangelhos sinóticos narram ainda a presença de Elias no momento da
transfiguração de Jesus. Ambos os textos dizem que Moisés e Elias conversavam
com Cristo (Mateus 17, 3; Marcos 9,4; Lucas 9,30) e estavam envoltos em glória
(Lucas 9, 31), conversavam sobre consumação dos dias de Jesus, Pedro
subitamente toma a palavra é pede a Jesus para construir três tendas, porém
neste momento temos a manifestação de Deus em uma nuvem e logo depois
desaparecem Moisés e Elias. No Evangelho de Marcos após este acontecimento os
discípulos fariam uma pergunta que aqui se faz interessante:
Eles o interrogavam:
“Por que os escribas dizem que Elias deve vir primeiro?” Ele lhes disse: “
Decerto Elias vem primeiro e restaura tudo; todavia, como é que está escrito
sobre o Filho do Homem que deve sofrer e ser desprezado? Pois bem, eu vos
declaro, Elias veio e fizeram a ele tudo que queriam, conforme esta escrito a
seu respeito. (Marcos 9, 11-13)
Este
texto mostra-nos como a expectativa messiânica esta implicada na volta de Elias
e como ambas tem por signo o sofrimento, o filho do homem deve sofrer; com
Elias[12] fizeram o que quiseram.
O
profeta é ainda citado por São Paulo na Epístola aos Romanos (11, 2-4) e posto
como modelo de oração na Epístola de São Tiago (5, 17-18), que nos recorda do
episódio do seca em Israel e como a oração do profeta foi ouvida.
Já
na Literatura Patrística, as menções a Elias se dividem entrem as relativas a
exegese do Texto Sagrado no concernente a profeta, sendo ressaltado o episódio
da transfiguração; as às profecias que tratam de sua função messiânica. Neste
sentido aparecem claramente nos escritos de São Justino de Roma e Santo Agostinho.
Uma
outra forma de interpretação da Escritura e a alegórica que permite aos padres
colocarem a figura de Elias como topos vetero-testamentario da figura de Jesus
Cristo, João Batista e Paulo, assim facilitando suas relações e interpretação.
Porém o profeta ainda seria tomado por modelo da vida, seja na defesa da
verdade, ou na vida de pobreza, castidade, obediência a Deus. Essa
caracterização logo faria de Elias modelo da vida monástica; apostólica e
presbiteral. Sendo tais características sumariadas nos escritos de São João
Crisóstomo e Gregório de Nissa que propõe Elias como um exemplo de vida cristã[13].
Dois
elementos ainda nos ajudam a perceber a presença de Elias na tradição cristã, sua
memória litúrgica que é celebrada nas Igrejas do Oriente[14], e os muitos templos a
ele dedicados.
4. PROFETA ELIAS NO CORÃO E TRADIÇÃO
ISLÂMICA.
No
islamismo encontramos entre os profetas maiores: Adão, David, Moisés, Jesus e
Moramad. No intervalo histórico entre esses grandes profetas Deus não deixa de
manifestar-se e envia ainda outros mensageiros para falarem em seu nome, entre
esses se encontra Elias. No livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, encontramos
narrada a história de Elias um profeta e justo, um verdadeiro homem de Deus, que poderosamente pregou contra a adoração de Baal.
Na
literatura islâmica, outro texto narra a história e os feitos dos profetas,
este é chamado de Hamzanama, ai
encontramos histórias sobre Elias que não são narradas no Corão, e alguns
feitos milagrosos que mostram como o profeta é sempre favorável aquele que
precisa de sua ajuda. Alguns desses textos são ilustrados e é de onde nos vem às
representações artísticas de Elias do Islã medieval.
5. A REPRESENTAÇÃO ICONOGRÁFICA DO
PROFETA ELIAS
As
três grandes religiões monoteístas de uma forma ou outra mantiveram relações e
se influenciaram mutualmente no passar da história, relações estas que aqui são
ligadas pela devoção e representações do profeta Elias que existiram em ambas
as religiões. Porém, ao trata-se das gravuras islâmicas e judaicas que retratam
o profeta, temos de ter em conta que sua função é decorativa, já no Cristianismo
o profeta Elias e cultuado como Santo Elias e a produção de suas imagens tem
lugar nas igrejas e são destinadas ao culto.
A
amplitude que ganha à representação do profeta Elias no Cristianismo e
comentada por Julio Lamelas Míguez:
Se trata de uma iconografia de profundas raízes bíblicas de uma personagem como poucos iguais por sua continuidade no tempo, e sua amplitude no espaço. Desde as origens do cristianismo com os afrescos das catacumbas romanas e da Sinagoga de Doura-Europos até o século XIX, desde o Monte Carmelo na Palestina até e Paris, desde Córdoba (Espanha) até Ioroslav (Rússia) incluindo a America do Sul, sua figura aparece presente na arte e na literatura. (tradução nossa de MÍGUEZ, 1988, p.111)
Se trata de uma iconografia de profundas raízes bíblicas de uma personagem como poucos iguais por sua continuidade no tempo, e sua amplitude no espaço. Desde as origens do cristianismo com os afrescos das catacumbas romanas e da Sinagoga de Doura-Europos até o século XIX, desde o Monte Carmelo na Palestina até e Paris, desde Córdoba (Espanha) até Ioroslav (Rússia) incluindo a America do Sul, sua figura aparece presente na arte e na literatura. (tradução nossa de MÍGUEZ, 1988, p.111)
Passamos
então a uma caracterização dos elementos encontrados em grande parte das
representações e ícones do profeta Elias: As características básicas da
iconografia dos profetas são mantidas em Elias e lhe são acrescentados
elementos próprios.
Como
os profetas, Elias é representado de barba
sinal de sua maturidade, autoridade e mandato divino; por vezes encontramos
“seus cabelos ornados com uma mecha
ligeiramente torcida voltada para o céu, mostra que a inspiração profética, o
Espirito vem do alto” (LELOUP, 2006, p. 118); o pergaminho ou livro também é próprio da representação do profeta e
por vezes é mantido; quanto a suas vestes
segue o modelo, porém com as especificações que nos são dadas pela Escritura,
“Era um homem que usava um veste de pelos e uma tanga de peles em torno dos
rins... é Elias” (2º Livro dos Reis 1, 7) e as muitas referências[15] a seu manto que nas Escrituras caracterizam
sua dignidade, missão e poder; a cor
das vestes de Elias esta muitas vezes ligada a elemento ígneo, visto as relações de Elias com o fogo; em algumas
representações encontramos ainda o profeta empunhando ou bastão sinal de sua constante caminhada ou a espada que lembra-nos o episodio da morte dos profetas de Baal, bem
como sendo o profeta aquele que anuncia
a Palavra de Deus que nas Escrituras e muitas vezes identificada com a espada[16].
5.1 REPRESENTAÇÕES E ÍNOGRAFIA DO
PROFETA ELIAS NA ANTIGUIDADE TARDIA E IDADE MÉDIA.
Partiremos
de dois modelos singulares encontradas nos primeiros séculos da Era Cristã. A
primeira trata-se de uma das muitas gravuras encontradas na Sinagoga de Dura
Europos nas proximidades do rio Eufrates no séc. III d.C.. A Segunda são duas
representações da Ascenção de Elias uma no sepulcro de uma rica família romana
e a outra em uma das portas da Igreja de Santa Sabina em Roma.
Na pintura sinagogal temos a representação do
sacrifício de Elias no Monte Carmelo, ao centro encontra-se o altar preparado
por Elias com a vítima imolada e o retrato do exato momento que Deus envia fogo
para consumir o sacrifício, a direita vemos Elias elevando sua oração a Deus e
a esquerda o profeta ordenando que o sacrifício fosse encharcada por talhas de
água para assim aumentar a enormidade do milagre. Na mesma sinagoga outra
pintura nos mostra o profeta a reanimar o filho da viúva de Serepta, isto é
representado em uma sucessão de passagens, no primeiro quadro temos a viúva com
seu filho no colo, no segundo o profeta a reanimar o menino em uma grande cama,
e no último o menino que é devolvido a sua mãe.
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Figura 2 – Sacrifício de Elias, Sinagoga de Dura, séc.
III.
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O
segundo modelo de representação eliana provém de Roma, são duas representações
da ascensão do profeta Elias, o primeiro esculpido no sepulcro de uma
importante família romana no séc. IV que segue os cânones da arte clássica
retratando Elias no carro de fogo e
Eliseu seu discípulo a segurar o manto que lhe é deixado. A outra representação
trata-se de um dos entalhes da porta da Basílica de Santa Sabina, datados do V
século, temos a mesma cena também segundo o modelo clássico helênico, com as
nuvens, o carro, os cavalos e Elias já no ar que é puxado por um anjo; Eliseu
que espera por seu manto junto de outros homens que parecem extasiados com o
que veem.
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Do
período Justiniano até o fim da revolta iconoclasta preservam-se as
representações de Elias que compõe os mosaicos presentes nas Igrejas dedicadas
a Transfiguração, sendo o mais significativo o do mosteiro de Santa Catarina no
Sinai, que embora haja grande controvérsia sobre a datação, acredita-se que ali
se encontre um das mais antigas representações da Transfiguração de Cristo, que
se tornaria modelo para as demais. A Igreja do mosteiro do Sinai é importante,
pois seria este um centro de culto eliano, visto ter sido neste monte que o
profeta Elias se encontra com Deus na brisa suave. Este mosaico nos mostra
Cristo envolto em luz, a sua esquerda Moisés e a sua direita o profeta Elias que
é representado de barbas, longa túnica marrom e coberto por manto claro. A
transfiguração é um dos importantes fatos da vida de Cristo e assim sendo
encontram-se muitas representações, como o profeta Elias e parte do
acontecimento, seria esta uma marca da iconografia Eliana. Nestas
representações geralmente segue-se o modelo profético representado Elias com
barbas, túnica e manto, envolto em luz como na narração dos textos Evangélicos.
Do
século XIII nos chegam dois autênticos ícones bizantinos, representado o
profeta Elias, o primeiro é proveniente do Monte Sinai, como já assinalado
lugar de culto eliano e retrata o profeta com longos cabelos e barba, túnica e
manto de pele de animais, o ícone esta em cores fortes a ressaltar o vermelho uma
das cores distintivas do profeta, no canto superior direito encontramos o
corvo, ave que muitas vezes aparece na iconografia de Elias, lembrando que por
eles foi alimentado no Carit, sendo este considerado um prenuncio da
Eucaristia. O segundo ícone e de origem russa, e foi escrito para compor o
iconostasis da Igreja de Santo Elias as margens do Rio Onega, é um ícone de cores escuras onde o profeta aparece tradicionalmente vestido e segura em sua mão esquerda um pergaminho.
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Um
dos ícones mais conhecidos de Elias, é o profeta no deserto sendo alimentado
pelos corvos, Tomamos aqui um ícone grego do século XIV, que retrata o profeta
em uma caverna, junto ao riacho do Carit, nesta imagem vemos o corvo trazendo
em seu bico pão para o profeta. Esta iconografia se tornaria tradicional nos
refeitórios dos monteiros do Montes Atos e dos Conventos Carmelitas no
Ocidente.
A
Iconografia da Ascenção de Elias se passa junto ao rio Jordão, vemos então em
terra o profeta Eliseu que a segurar o manto olha para Elias, este em um carro
de fogo, com cavalos de fogo e guiados por um anjo de Deus; Elias volta seu
olhar para seu discípulo lhe confiando à missão profética (em muitos ícones que
retratam este acontecimento, Elias olha para o Céu) neste ícone a direção de Elias
que sobe ao céu fica claro pela direção que segue o anjo ao canto superior
direito da tela onde se encontra saindo de uma mancha azul a mão de Deus.
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5.2
TRANSPOSIÇÃO DA TRADIÇÃO ICONOGRAFICA ELIANA PARA O OCIDENTE MEDIEVAL.
Nas
expedições militares dos séculos XII e XIII chamadas de cruzadas, tivemos em um
mesmo território, a Terra Santa, cristãos de tradição oriental e ocidental,
muçulmanos e judeus. Neste contexto nasce a Ordem do Carmo, como um grupo de
eremitas junto ao Monte Carmelo, a historiografia sobre suas origens é uma das
mais confusas[17].
Seriam estes primeiros carmelitas peregrinos da Europa? Seriam eles já membros
dos estados cruzados? Seriam uma mescla de peregrinos orientais e ocidentais?
São todas hipóteses possíveis para a origem da ordem. Porém, o que as fontes
revelam é a institucionalização deste grupo de eremitas, que se deu com Fórmula
de Vida, escrita por S. Alberto de Vertilli, Patriarca Latino de Jerusalém
entre 1207 e 1214. Em 1220 Jaques de Vitry refere-se a proximidade destes eremitas
com o mosteiro grego de Santa Margarida, e afirma que estes eremitas viviam a
exemplo do profeta Elias no Monte Carmelo.
Em
1238 com o avanço sarraceno sobre os domínios cruzados, inicia-se a migração
destes carmelitas para o Ocidente, entretanto, levam consigo uma identidade
formada no Monte Carmelo, esta era constituída pela devoção a Virgem Maria e a
Santo Elias que seria ampliada no Ocidente, uma liturgia que era celebrada na
Terra Santa pelos cruzados[18]e se torna própria da
Ordem, e a Fórmula de Vita dada por Santo Alberto que em 1247 seria reconhecida
pelo Bispo de Roma o Papa Inocêncio IV como Regra.
Ao chegarem a Europa estes eremitas
logo modificam seu estilo de vida, passando a condição de mendicantes, porém
ainda tinham de responder claramente aqueles que perguntassem sobre suas
origens, então nas Constituições da Ordem do Carmo de 1281, a primeira Rubrica
diz: respondam que procedemos dos profetas Elias e Eliseu e dos filhos dos
profetas no Monte Carmelo. Frei João Baconthorp daria um tratamento escolástico
a questão, teólogo, doutor pela universidade de Paris que lecionava em Oxford,
dedicaria algumas obras a explicar a litígio sobre a origem eliana do Carmo. No
final do séc. XIII temos o aparecimento de um texto atribuído a João IXVI que a
seria a regra carmelita anterior a Regra escrita por Santo Alberto, este texto
medieval conhecido como Instituição dos
Primeiros Monges recolhe em um belo relato muitos dos argumentos e lendas
sobre o profeta Elias como fundador dos Carmelitas e escreve uma história
interrupta desde o Profeta até os carmelitas seus sucessores. Desta forma Elias
se torna personagem proeminente e fundamental na história carmelitana.
Visto que a tradição atribuiu a
fundação do Carmelo a Elias, o profeta pareceria muitas vezes vestido com o
habito próprio destes religiosos, composto de túnica longa com escapulário marrom
e capa branca, seria a capa equivalente a manto de Elias. Assim o vemos
representado desde o século XIV nas Igrejas Carmelitas da Itália, e com a
expansão dos conventos carmelitas também se expandiria a sua representação
presente na grade maioria das Igrejas desta ordem.
Figura 9. Profeta Elias, de Andrea di Bonaiuto, Itália. 1360
Figura 9. Profeta Elias, de Andrea di Bonaiuto, Itália. 1360
Figura 10. Profeta Elias de Pietro Lorenzetti, Itália, 1327
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6. CONCLUSÃO:
A
antiga tradição de veneração ao profeta Elias que perpassa os séculos e as
religiões monoteístas se encontra viva no Cristianismo, seja nas Igrejas de
tradição oriental ou de tradição latina.
E sendo o objetivo desde simpósio tratar da
presença das tradições orientais no Brasil, saio do recorte temporal deste
artigo que se estabelecia entre a Antiguidade Tardia e Idade Média e transporto
o tema para o Brasil.
Não
vejo melhor método para confirmar a devoção a um santo que encontrar uma Igreja
a ele dedicada, no Brasil temos dois templos dedicados a Elias a primeira provém
da Ortodoxia se encontra na cidade de Guaxupé - Minas Gerais e foi sagrada em
1928, a segunda e Católica Romana de rito latino, se encontra em Curitiba e foi
fundada no ano 2000, talvez seja esta a única paróquia de rito latino dedicada
ao Profeta Elias, devoção advinda dos frades carmelitas que atendem a
localidade.
Encontramos então no primeiro templo um
tradicional ícone bizantino que é venerado pelos fieis e na paróquia latina um
imagem em gesso do profeta, que em uma das mãos empunha a Espada e na outra
segura uma maquete da Igreja, encontramos ainda na Igreja Matriz um painel
inspirado na iconografia oriental que retrata a transfiguração na qual é também
representado Elias e em uma das capelas um outro painel de Elias sendo
alimentado pelo anjo.
Desta
forma o culto a Santo Elias que se encontra vivo em nossas tradições, em nossas
liturgias e em nossa piedade e arte, também deve ser sinal de unidade e diálogo
entre os cristãos do Oriente e Ocidente e mesmo judeus e muçulmanos.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, Nathan. Conhecimento Judaico. Rio de Janeiro: Koogan, 1989.
BIBLIA. Português. A bíblia. T.E.B. – Tradução Ecumênica da Bíblia. São Paulo: Loyola,
1996.
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CHALMERS, Joseph. O som do silêncio: escutando a palavra de Deus com o Profeta Elias. Belo
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MESTERS, Carlos. A caminhada com o Profeta Elias. Paranavaí: Liv. N. S. do Carmo,
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MÍGUEZ, Julio. Elias y Eliseo en la iglesia de Santa Eulalia de Beiro: un ejemplo de iconografia bpiblia. Porta de aira: Revista de história da arte arensano 1 (1988): 109-115.
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RUSSEL, D.S. Desvelamento Divino: uma introdução à apocalíptica judaica. São
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SAS-ZALOCIECKY, Wladimir. Bizâncio. Lisboa: Editorial Verbo, 1969.
SELTZER, Robert. Povo Judeu, pensamento judaico. Rio de Janeiro: Koogan, 1989.
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Carmelus. Roma, v. 49, fasc.
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[1] Bacharel e Licenciado em Filosofia pela UFPR, acadêmico do curso de Comunicação da UTFPR. Endereço eletrônico: frei_tiago@hotmail.com. Artigo apresentado em 27 e
Agosto, no I Simpósio Nacional de Teologia Oriental, promovido pela FASBAM em
Curitiba –PR.
[2] CHALMERS lembra-nos que os dois
Livros dos Reis na Bíblia Hebraica formam uma unidade, estes só foram separados
com a Septuaginta a edição grega da Bíblia composta pelos sábios de Alexandria
no séc. III a.C. (Cf. CHALMERS, 2008, p. 15)
[3] O profeta em Israel era o homem
chamado a falar em nome de Deus, um navi,
“palavra navi entrou em uso no
tempo de Samuel como sinônimo de homem de Deus e vidente” (SELTZER, 1990, p.
68). Elias é chamado de homem de Deus em 1º Reis 17,18; 18;24; 2º Reis 1,9;
1,10; 1,11; 1,12; 1,13.Porém, a partir da monarquia o profeta ganha ainda uma
função política a qual muitas vezes implica em contestar o poder do Rei, como
no caso de Natan ao repudiar o adultério de Davi. As contestações de Elias
aparecem em suas muitas denúncias a Acab.
[4] Em Malaquias 3, 23-24: “Eis que
vou enviar-vos Elias. O profeta, antes que venha o dia do Senhor, o grande e
terrível dia. Ele reconduzirá o coração dos pais para os filhos e o coração dos
filhos para os pais, a fim de que eu não venha para ferir a terra com o
interdito”.
[5] Que influenciaria as comunidades
cristãs nascentes, legando ao cânon do Novo Testamento o Livro do Apocalipse.
[6] A Mishnah (repetição ou doutrina)
é a Segunda Lei. Foi copiada na Palestina, em hebraico por 148 por
mestres-escribas – os Tanaim (professores da Midhnah). Trata-se de um código
lentamente desenvolvido, que levou quase cinco séculos e meio desde a era dos
escribas até sua redação final, por Judá há-Nasi, no séc. III da Era Cristã”
(AUSUBEL, 1989, p. 5).
[7] O Talmud é a compilação da lei
oral dos Judeus (Mishnah) com comentários rabínicos (Gemara) que a suplementa –
em distinção às Escrituras ou leis escritas. Sendo escrito em duas redações
principais: a palestina que data do Século IV e babilônica do século VI. Quanto
às referências feitas a Elias no Talmud Cf. STEINSALTZ, 1989, P 289,300,303)
[8] M. Buber define a Midrash como “um
gênero literário pós-talmutico, dedicado à interpretação homilética das
Escrituras, rico de lendas, parábolas, metáforas e máximas de sabedoria”
(BUBER, 1992, p.21)
[9] O próprio livro da Zohar (séc.
XII) é em algumas interpretações revelação do profeta Elias (SALTZER, 1989,
p.464)
[10] A
razão da presença de Elias nas circuncisões parte de sua identificação com Anjo
da Aliança que aparece em Malaquias.
[11]
Outras referências à presença de Elias nas cerimonias religiosas judaicas podem
ser encontradas em: O PROFETA ELIAHU, Revista Marashá, Nº 34 Setembro
de 2001. COHEN, Jeffrey M. PHINEHAS, ELIJAH & CIRCUMCISION, Disponível em: http://jbq.jewishbible.org/assets/Uploads/411/jbq411pinchascohen.pdf
acessado em: 29 abr. 2013.
[12] Joseph Ratzinger se refere a
expectativa entre o judeus do martírio de Elias: Jesus “alude certamente
também, tendo como referencia a Escritura, as tradições vigentes que previam o
martírio de Elias: Elias era considerado “o único que na perseguição tinha
escapado ao martírio; mas no seu regresso... devia também sofrer a morte”
(RATZINGER, 2007, p. 266)
[13] As referências
sobre a figura de Elias nas obras dos padres da Igreja nos são dadas no artigo:
TINAMBUNAN, Edison R. L. Elijah accoding to the Fathers of the Church. Carmelus. Roma, v. 49, fasc. 1, p.
85-116, 2002.
[14] Na liturgia da Igreja de Roma,
apenas é concedido à Ordem do Carmo a celebração da liturgia de Santo Elias, no
dia 20 de Julho.
[15] 1º Reis 18, 19; 2º Reis 2,8;
2,13-14.
[16] Isaias 49, 2; Efésio 6,7; Hebreus
4, 12.
[17] Uma interessante apresentação das
hipóteses historiográficas sobre as origens da Ordem do Carmo nos é dada na
obra: MULLINS, Patrick. St.
Albert of Jerusalem and the roots of carmelite spirituality,
Roma: Edizione Carmelitane, 2012.
[18] A liturgia do
Santo Sepulcro embora de origem latina, possuía influencia oriental. Algo
observado na celebração das festas dos santos do Antigo Testamento, algo
incomum na Igreja Latina.
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