Liturgia e Musica Carmelitana Medieval.






Antifona Mariana:



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Segundas Vesperas da Festa de Nossa Senhora do Camo compostas por Hendel (1707)




Compositores Carmelitas medievais:


Frei Bartolino de Padova O.Carm (1365-1405)

Iluminura que representa frei Bartolino de Padova, Séc. XIV



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Frei Manuel Cardoso O. Carm (1566-1650)





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Frei Mateo Flecha O.Carm, "El Joven" (1530-1604)




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Livros Litúrgicos Carmelitas Medievais:

Livro Litúrgico Carmelitano, Séc XIV, Polônia 


Livro Litúrgico Carmelita, Séc XVI.
 
Livro da Liturgia das Horas Carmelita, França, séc XIV

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A festa de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça no calendário litúrgico Carmelitano

Frei Tiago Correia O.Carm[1]

No fim do século XII um grupo de eremitas se reúne junto a Fonte de Elias no Monte Carmelo; entre 1206 e 1214 pedem uma regra de vida a Santo Alberto de Jerusalém. Porém embora profundamente influenciados pela figura do Profeta Elias e pela Regra de Santo Alberto, estes eremitas não ficaram conhecidos como elianos ou albertinos, mais sim como Irmãos de Maria, isso porque Maria era presença constate na vida do homem medieval, seja dos peregrinos que saiam de suas pátrias em busca do encontro com Deus na solidão e tomavam por companhia a Virgem, seja dos cruzados que com armas partiam para a defesa da Terra Santa ao ressoar da Salve Regina oração que é composta como o hino dos cruzados.
            Nossos primeiros pais no Carmelo são estes homens, peregrinos e cruzados, que guardavam profundo amor por Maria, e ela dedicam uma capela no Monte Carmelo, assim Maria se faz Irmã entre os irmãos do Carmelo, e Senhora daquele Lugar.
            Entre tanto os êxitos cristãos nas cruzadas eram cada vez menores, os ataques muçulmanos logo tornaram o Carmelo um lugar inseguro, e em 1238 se iniciaram as migrações para Europa. Embora tenham os carmelitas saídos do Carmelo geográfico, não deixaram a espiritualidade do Carmelo, onde em seu centro estava Maria.
            Nos primeiros séculos da Ordem, esta ganha cada vez mais um caráter Mariano, em 1251, temos datada em nossa tradição a visão Mariana a São Simãos Stock a partir da qual o Escapulário do Carmo, se torna sinal de proteção mariana, em 1287 os carmelitas trocam suas capas listadas pela capa branca, representando a pureza de Maria.
            Nas universidades inglesas e francesas do século XIV, carmelitas como John Beconthorp e Gui Terrena, argumentavam como o Carmelo poderia ter a essência de Maria, visto que o nome na concepção medieval representa a essência e nossa Ordem tem o nome de Maria, logo os carmelitas tem a essência de Maria. Ou estavam presentes nos embates teológicos na defesa da perene Virgindade de Maria, e sua Imaculada Conceição.
            Ou seja, Maria se torna parte da vida, do ser carmelita, e isso é bem expresso na liturgia, nas constituições 1312 se pede para que se reze uma antífona Mariana ao fim de cada uma das horas canônicas, pede-se ainda especial solenidade na Missa de Sábado, onde se deve fazer a memoria da Virgem.
            A Liturgia Carmelitana ainda prescrevia especial solenidade nas festas marianas (Purificação, Anunciação, Assunção, Natividade e ainda como festa própria a Imaculada Conceição). A festa patronal, a mais importante dentre os festejos da ordem mudou no decorrer dos séculos; até 1300 foi Anunciação, em 1306 encontramos a festa da Conceição e até a segunda metade do século XIV Assunção de Maria; já no século XIV,  principalmente na “Inglaterra” se festejava, Maria Senhora do Carmo, no dia 17 de Julho, esta festa foi incorporada por toda a Ordem e transferida no século XV para o dia 16 de Julho. Em 1606 o Capitulo Geral reconhece e unifica a liturgia com titulo “Solene Comemoração Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”.
            O Carmelo descalço embora tenha deixado o rito litúrgico carmelitano, na festa de Nossa Senhora do Carmo, celebravam com a liturgia própria da Antiga Observância, E em 1609 aparece na liturgia da Congregação Descalça Italiana a festa do Carmo grau de solenidade com oitava. A oitava seria acrescentada também no Carmelo observante em 1628.
            A celebração da oitava nas grandes festas é de inspiração bíblica,  encontramos no antigo testamento prescrito para a festa dos Tabernáculos e na festa da Dedicação do Templo, porém este costume foi transferido ao cristianismo só no século IV, onde se reservava um período de alegre retiro nas festas da Pascoa, Pentecostes, e no VIII século acrescentou-se a oitava de natal. Já na Idade Média as oitava passaram a ser celebradas nas principais festas das Igrejas particulares e das Ordens religiosas.
Sendo a oitava da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, oito dias de alegres liturgias segundo a festa celebrada, partindo do dia 16 de Julho conta-se oito dias ai teremos o dia 23 que é dedicado a memoria de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, Assim passaram os Carmelitas a terminar a oitava da festa do Carmo com esta comemoração, que vem das antigas ladainhas marianas que invocavam a Mãe da Divina Graça.
Com a reforma litúrgica do Concilio Vaticano II, as oitavas foram dedicadas apenas as festas do Natal e da Pascoa de Nosso Senhor, a festa do Carmo porém se manteve com o grau de solenidade para os dois ramos da Ordem, e memoria facultativa para Igreja. O Carmelo descalço tendo em referência a antiga oitava manteve sob o grau de memoria facultativa a celebração de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, o que não aparece no novo calendário do Carmelo Observante.

Referências:
BOAGA, Emanuele, Celebrare i nostri santi, Edizione Carmelitane: Roma, 2010
 - Senhora do Lugar: Maria na história e na vida do Carmelo, Editora do Carmo: Paranavaí, 1994.
Missale Carmelitanum, Ordinis Fratum Beate Merae Virginis de Monte Carmelo: Rome, 1935.


[1]  Escrito para as Monjas Carmelitas Descalças, do Carmelo Nossa Senhora da Assunção e São José em Curitiba.

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Estudos Sobre Liturgia Carmelitana:

"A RESSUREIÇÃO NA LITURGIA E ESPIRITUALIDADE DOS ANTIGOS CARMELITAS" 
frei Arie G. Kallenberg


"A Ressurreição na Liturgia Carmelitana"









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